segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Presidente do PL realiza convenção do Clã Gonçalves, desprestigia aliados de Wagner e causa desconforto na militância




O Partido Liberal realizou a convenção estadual nesta sexta-feira (5/8), no Eusébio, ambiente dominado pelo presidente estadual do PL, Acilon Gonçalves. O evento teve a presença maciça de bolsonaristas e apoiadores de candidatos a deputados do PL, mas também havia um clima de desconfiança por parte de membros do partido, que, no passado, eram críticos ao presidente da República, Jair Bolsonaro.

Apoiadores de Bolsonaro no Ceará aproveitaram para fazer discursos em prol da campanha para presidente, destacando pontos importantes para a continuidade de Bolsonaro na Presidência da República. O candidato a deputado federal, Coronel Aginaldo, foi firme e avisou que não terá mais espaço para “os traíras que se aproveitaram da onda Bolsonaro para se eleger e depois abandonaram o presidente”.

Também o candidato a deputado federal, o atual deputado estadual André Fernandes destacou fatos do presidente Bolsonaro no cenário nacional.

Estiveram presentes ainda o candidato ao Governo do Ceará, Capitão Wagner (União Brasil), o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PL), candidato a vice de Capitão, o ex-governador Lúcio Alcântara e o prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves (PL), que é filho de Acilon Gonçalves.

O momento mais esperado do evento seria o discurso do candidato ao Governo do Ceará, Capitão Wagner, que ressaltou como quer governar para os cearenses e fez críticas à gestão atual.

No entanto, o momento mais elevado do evento foi criado à fórceps: durante o discurso do filho de Acilon, o prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves encomendou uma saraivada de fogos de artifício, que foram estourados no lado externo do ginásio. “Pelo lado de fora mais fogos do que no réveillon de Copacabana, pelo lado de dentro, o desrespeito com o público participante, que foi obrigado a ouvir barulho acima do considerável e muita fumaça. Falta de educação e soberba definem o arquiteto do teatro feito pelo clã Gonçalves”, reclamava um aliado de Capitão Wagner, que não autorizou revelar a identidade.

Outro fato chamou atenção e estranheza aos presentes: o esvaziamento da convenção por parte da militância ligada a Bruno Gonçalves e ao pai, o presidente do PL, Acilon Gonçalves. Após o discurso de Bruno, o político abandonou o local, levando consigo tantos os candidatos ligados a ele e ao pai, bem como toda a militância, deixando o espaço do evento esvaziado.

De acordo com um parlamentar aliado ao Capitão Wagner, o PL do Ceará, sob comando do Acilon e da família, engana tanto o eleitor quanto a aliança com Wagner e Bolsonaro.

“Não se engane. Capitão Wagner sabe que os políticos aliados a Acilon não toleram nem Bolsonaro nem o próprio Wagner. Nem chegam a ser traidores. São hipócritas mesmo. Não vão aderir ao Capitão nem a Bolsonaro. Por outro lado, nós estamos aqui usando o PL como uma hospedaria temporária”, revelou o político desde que resguardado o sigilo da fonte.

Segundo um candidato a deputado federal pelo PL, presente no palanque, que concordou em dar entrevista desde que não tivesse a identidade revelada, disse que o fato causou desconforto para Acilon, e não para Capitão Wagner. “Quem deve tratar bem é o anfitrião, e isso não foi feito. Não sei se Acilon concordou com o comportamento do filho, mas ele não poderia ser omisso e ter permitido isso. Filho mimado é uma coisa, mas não pode confundir com o evento de convenção. Era a convenção de um partido, e não a convenção da família Gonçalves”, disparou.

“Bruno é aliado de Camilo e Elmano e não é aliado ao Capitão Wagner. O próprio Camilo afirmou que se reuniu com Bruno e conta com o apoio dele. Até parece que o ex-governador editou a publicação do Instagram em que publicou. Deve ter sido avisado que o nome de Bruno e de outros causaria problema, mas ninguém é idiota”, disse o candidato.

Outro candidato, que pediu para não ser identificado para evitar retaliações, disse que Acilon e Bruno não ficassem preocupados, “pois toda essa palhaçada aqui foi gravada e eles produziram provas contra si mesmos”, alfinetou.

Já um parlamentar presente ao evento, ligado ao candidato Capitão Wagner, lembrou que “Bruno não pode ser de confiança, pois contra ele tem um áudio altamente comprometedor, onde ele aparece usando dinheiro público para comprar apoio político”, destacou, sob promessa de não ter a identidade mostrada na entrevista.

“Além de Wagner estar comprometido com Bolsonaro, Bruno não se dá bem com Capitão Wagner, haja vista ter passado vergonha em escala nacional por tantos crimes em um único telefonema gravado”, relembra o parlamentar.

“Deve ser difícil ser pai e mãe de Bruno. Deve ser constrangedor ter um filho que comete captação ilícita de sufrágio, uso de caixa 2, peculato, corrupção e outros. O povo de Aquiraz não merece ter um gestor assim”, dispara.

“Quem deve ter vergonha é Acilon e a família. Bruno não tem moral para dividir o mesmo palanque que Capitão Wagner”, concluiu.

Abaixo, convenção do PL antes do discurso de Bruno Gonçalves:




Veja como ficou a convenção do PL após discurso de Bruno Gonçalves, que ordenou a saída dos militantes e das caravanas:


Fotos: Reprodução Redes Sociais.

FONTE: “A Notícia do Ceará”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Romeu Aldigueri agradece indicação e destaca busca por união na Mesa Diretora da Alece

Por Janaína Sousa 26/11/2024 Ceará, Política Na sessão plenária desta terça-feira (26/11), na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o dep...