Na manhã desta terça-feira (3), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), com o apoio do Departamento Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil, deflagrou a Operação “Predador” em Maracanaú. A ação teve como objetivo cumprir seis mandados de busca e apreensão contra cinco advogados suspeitos de ingressar com ações judiciais contra instituições bancárias sem o conhecimento dos supostos beneficiários, apropriando-se de eventuais valores decorrentes de decisões favoráveis.
De acordo com o MPCE, dos seis mandados deferidos pelo 4º Núcleo Regional de Custódia e Inquéritos de Caucaia, cinco foram cumpridos nas residências dos investigados e um no escritório de advocacia de um deles. Durante as buscas, foram apreendidos notebooks, HDs, pendrives, celulares e diversos documentos, que serão submetidos à análise detalhada pela equipe do Ministério Público.
A operação foi resultado de uma investigação iniciada em 2020, após a 3ª Vara Cível de Maracanaú levantar suspeitas sobre a atuação de advogados em determinados processos. A apuração revelou que os suspeitos obtinham de maneira ilícita dados pessoais de cidadãos em situação de vulnerabilidade, principalmente idosos, para ingressar com ações judiciais sem o conhecimento dessas pessoas. Nos casos em que as ações eram julgadas procedentes, os advogados se apropriavam dos valores recebidos, sem informar os “clientes” sobre os processos ou os resultados.
A operação foi batizada de “Predador” em alusão às supostas “ações predatórias” repetitivas, movidas pelos advogados a partir da obtenção de dados sem o consentimento dos cidadãos que deveriam ser as partes beneficiárias das ações.
Os advogados investigados poderão responder por crimes contra a administração da justiça, além de associação criminosa, apropriação indébita e falsidade ideológica. O MPCE continua as investigações para apurar a extensão das atividades ilícitas e identificar todos os envolvidos.
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