Foto: IANA SOARES Eunicio Oliveira é ex-presidente do Congresso Nacional |
"Graças a maior participação na política, na vida partidária e em instituições, de mulheres lutadoras, avançamos na criação de leis mais rigorosas para punir e desestimular agressores.
Devemos avançar mais", aponta em artigo o ex-presidente do Congresso nacional, Eunício Oliveira.
Um pedaço de vida de cada mulher brasileira é tirado quando acontece um caso de violência, estupro ou assassinato de outra mulher. E da esperança de mais igualdade entre homens e mulheres também.
Cresce também a vergonha entre homens que respeitam e incentivam a convivência harmoniosa, criativa e fundamental entre gêneros. É o que o Ceará, o Brasil e nós, seus familiares, sentimos com a morte de Mariana Oliveira.
Estudante de Medicina, 25 anos, Mariana foi encontrada morta, e segundo peritos criminais, com sinais de estrangulamento, no apartamento do namorado, já preso na capital paraibana como suspeito desse crime hediondo.
Justiça por Mariana, jovem brilhante, entusiasmada com o mais nobre dos ideais humanos, o de salvar vidas, é o mínimo que exigimos. Para ela e todas as mulheres vítimas do crescente número de assassinatos, agressões e estupros, como mostra o levantamento da Rede de Observatório da Segurança divulgado recentemente.
No Ceará, por exemplo, foi registrado o maior número de assassinatos de mulheres trans em 2021. O chocante é que os crimes são praticados por companheiros e ex-companheiros, sempre alegando ciúmes ou fim de relacionamentos, preconceito e ignorância nos casos trans. E familiares, no caso de estupros de menores.
Graças a maior participação na política, na vida partidária e em instituições, de mulheres lutadoras, avançamos na criação de leis mais rigorosas para punir e desestimular agressores. Devemos avançar mais. Assim como a Justiça deve tornar-se mais célere e rigorosa na aplicação das punições.
Devemos exigir também, que o governo federal pare de reduzir o orçamento destinado ao combate à violência contra a mulher. Para 2022 foram alocados apenas R$ 43,2 milhões, 30% dos R$ 132,5 mi alocados em 2020. E, pior, entre 2019 e 2020, o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos usou apenas metade do valor autorizado.
Somo-me as vozes dos que defendem ainda, que os currículos escolares, em todos os níveis e a partir do ensino básico, adotem disciplinas voltadas a ensinar o avanço civilizatório que representa a igualdade entre homens e mulheres.
Educar, principalmente meninos, desde criança, a desenvolver uma cultura pacífica e solidária é fundamental para prevenir machistas violentos na vida adulta.
Eunício Oliveira, ex-presidente do Congresso Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário